Entrevista de Oda para a Revista GHIBLI

Mais entrevistas? Podem postar que sim!

Entrevista de Oda para a Revista GHIBLI

Eiichiro Oda: “O trabalho especial para conectar o passado ao futuro é exatamente como eu desenho One Piece.”

Sou um fã de Hayao Miyazaki, é uma grande felicidade ver seus desenhos, que me deram uma enorme satisfação após visitar sua exposição. Quando era criança, a maioria das séries da Weekly Shounen Jump não tinha muita coerência em questão de história. Tanto mangakás quanto leitores só se importavam com o entretenimento sem levar em conta a coerência da história. Dito isso, quando eu me tornei mangaká, a história que queria desenhar devia ser clara e coerente. Hoje em dia, leitores são muito atentos a detalhes e erros. Sinto que essa tendência é como quanto mais de perto os leitores veem a obra, melhores eles são. Talvez seja porque adultos começaram a ler o que originalmente era para crianças.

Mangakás começaram a organizar o conteúdo porque queriam a aprovação desses leitores adultos. Mas existe uma regra invisível que diz que uma história deve ser criada como um todo, sendo completamente coerente, e que deve haver pressuposições. Imaginação livre, por outro lado, é o que deixa leitores felizes e deve existir.

No momento, estou escrevendo a história de um soldado de brinquedo. Falando sobre brinquedos, a impressão mais comum é de que um dia eles vão quebrar. Ao contrário de humanos, eles não se recuperam. Também é incomum consertar isso. Esse tipo de sentimento ilusório não é ruim.

Eu também comecei a desenhar com imaginação. Dessa vez (Dressrosa), primeiro eu desenhei uma cena onde o Soldado de Brinquedo e uma garotinha andam segurando as mãos. Depois, cada passo progride a partir deste ponto. Minha impressão de soldados, para ser direto, é que eles são homens mortos. Desenhar uma garotinha ao lado do soldado é o que o faz se sentir vivo.

Garotas geralmente são mais frágeis e necessitadas de ajuda, certamente. Ainda mais quando eu penso em minha filha. O impacto do ambiente é significativo. Eu não podia imaginar desenhar uma história entre pai e filho antes de me casar.

Há uma personagem feminina, Nico Robin, que quando estava desenhando o arco respectivo a ela, fiquei um pouco com o pé para trás, porque era a minha primeira vez desenhando uma história entre pai e filho. Até então, nunca havia pensado em desenhar algo do tipo. Quando olho ao meu redor, minha esposa está lá, minha filha está lá, não me lembro quando foi que minha impressão entre pai e filho mudou de mim com meus pais para minha esposa e filha.

Quanto ao mangá, acontece de a história de alguém ser uma repetição de outra pessoa completamente desconhecida. É algo mais comum de acontecer em séries longas.

Haverão algumas das mesmas razões nas mentes dos mangakás para inserir alguns acontecimentos, seja o passado do autor ou seus próprios pensamentos dentro de seu mangá. Logicamente eu estou presumindo, mas diria que isso também influencia a sociedade. Quando ocorre uma depressão/recesso, mangás com conteúdo otimista se tornam populares. É sempre simples aceitar coisas que andam na direção oposta à da era atual. Eu fico mais na expectativa em ver um mundo ideal inimaginável a um que me cause dor. As últimas palavras ditas a Hayao Miyazaki. Qualquer que seja o caminho que você escolha, espero que continue desenhando, gostaria muito de ver isso.

Fonte: Piece Project

Tópico Bloqueado

Esse tópico está sendo bloqueado por estar em inatividade de 10 dias.

Se alguém possuir algo de valor à acrescentar ao tópico, procure os responsáveis pela área ou um dos moderadores para solicitar a reabertura.

Atenciosamente, Ero D. Johnatan